Show: Dead Fish no Bosque (14.05.2011)

Quando foi anunciado que o show do Dead Fish seria no Bosque, a surpresa foi generalizada. A casa era mais conhecida, do público de João Pessoa, por abrir espaço para bandas de outros estilos que não o “quebra-tudo” punk-hardcore. No entanto, o espaço era devidamente organizado e gentilmente ar-condicionado, sem falar no adicional jogos de luzes, o que fez a noite ser sensacional.

Os shows estavam marcados para começar, pontualmente, às 15h. Quem chegou cedo, conseguiu ver a apresentação da primeira banda da noite, Senhores do Absurdo. Apesar do pouco público, a banda fez um bom show, esquentando os nervos do que estava por vir.

A segunda banda entrou já um pouco mais tarde, e atraiu uma boa parte da galera que estava do lado de fora. Tocando um hardcore pesado e todo feito por meninas altamente competentes, a NoSkill fez uma apresentação fervorosa, já instigando muita gente para as rodinhas de pôgo na frente do palco. A noite começava a fervilhar.

Em seguida, os Chicones, pela primeira vez em João Pessoa, chegou direto de Fortaleza para fazer um show arrebatador, instigando [pra caralho] muita gente que já reservava seu lugar na frente do palco. Tocando um hardcore meio ska, que ficou ainda mais rápido ao vivo, a banda fez um show longo, porém longe de ser cansativo. Ao final da apresentação, muita gente já estava com a energia à mil para o grande show da noite.

Um [grande] atraso na programação do show, devido a problemas técnicos, infelizmente acalmou um pouco os nervos da galera que esperava, ansiosamente, pela terceira apresentação da grande banda de hardcore do Brasil em João Pessoa. Mas, mesmo com pouco tempo de show, Dead Fish não tinha como desapontar.

Quando os primeiros riffs do baixo de “Asfalto” começaram, ganhando muito mais peso e rapidez no show,  a rodinha – que já estava formada – intensificou de forma inacreditável, e até quem estava fora dela sentiu a força com que os capixabas puxavam as músicas. A bateria ganhou um peso impecável, presença marcante do Marcos, novo baterista da banda, o que provocou uma grande diferença na sonoridade das músicas ao vivo. Eles seguiram tocando as ótimas e pesadas  “Siga”, “Venceremos”, “Por Não Ter O Que Dizer” e “Contra Todos”, faixa título do disco novo, e assim movimentando a rodinha até chegar na ótima “Não”, uma das melhores músicas do novo álbum.

Não fosse a rapidez das baquetas, os riffs agudos de guitarra e o vocal punk do Rodrigo, aquilo estava perto de um show de metal. Deixando os clássicos para o final, a banda começou a entrar nas melhores faixas dos ótimos dois álbuns, Sonho Médio e Zero e Um. E foi com músicas como “Zero e Um” e “Modificar” que praticamente todo o público se aglomerou numa só roda de pôgo, se jogando por cima da galera e não esquecendo de entoar os refrões já tão bem conhecidos.  Em “Viver”, “Sonho Médio” e “Bem Vindo Ao Clube”, até as meninas que antes estava apenas na lateral do show entraram na roda, empurrando e se esgoelando durante todo o resto do show.

Foto por @ChristianoSouto

“Autonomia” tocou rapidamente, e (eu já estava sem ar) a galera pogava como se não fosse terminar. Mas a sensacional “Urgência” fez o final ser glorioso, e o Dead Fish se despediu rapidamente, pedindo desculpas por não ter tido tempo suficiente para tocar o resto das músicas.

Mesmo com o chão escorregadio e os jogos de luzes coloridas ainda piscando, muita gente saiu do show com aquela ótima sensação de demônios exorcizados no poder de uma bonita e poderosa roda de pôgo, e o refrão ecoando na cabeça: “Há urgência em estar vivo…”

Todas as fotos por Priscila Lima

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