Por: Lucas Magalhães
O Campus Festival era um evento que prometia. Desde o começo do ano, os próprios organizadores chegaram em meus ouvidos para falar sobre a presença de Mallu Magalhães, Cícero, Móveis Coloniais de Acaju e até Amarante ou Camelo. A expectativa me encheu durante meses, e foi uma surpresa ao ver que um evento que se dizia tão inovador apareceu com bandas que já pisaram diversas vezes em João Pessoa. Vanguart foi a única novidade. Mas até aí tudo bem, ainda prometia ser um festival agradável, com cunho acadêmico forte, bom foco na fotografia e pintura amadora e um line-up legal. Eu esperava uma noite agradável.
Os shows foram marcados para iniciar às 18h, mas atrasaram cerca de três horas. O evento saturou antes de começar. Utilizei o tempo livre para estudar as peças fotográficas e artísticas, que foram a única parte completamente boa do evento apesar do pouco destaque que teve. Saúdo os responsáveis por aquela parte. Mas afinal, este é um blog sobre música. O que me leva a falar sobre todas estas coisas? Três simples razões: primeiramente, não se pode tratar o Campus Festival como um evento exclusivamente musical. Segundo, se eu omitisse este lado, o evento pareceria ter sido pior do que realmente foi. E por último, durante a maior parte do tempo em que estive presente naquele ambiente imenso e quase vazio, não houve nada além de organizadores arrogantes, sem profissionalismo e mal preparados para um evento daquele porte. Não havia música.
Então, próximo das 21h, Mafiota apareceu, e parecia ter salvo o evento por completo. A energia da banda envolveu a todos. Excelente banda local, que através do uso de instrumentos não tão comuns em bandas do gênero, traz energia que mistura Móveis, Apanhador Só, e o abraço da música paraibana que nos faz terminar o show ofegantes e com um sorriso no rosto.
Os Gonzagas e Dois Africanos também fizeram ótimos shows, que só não conseguiram me manter lá dentro devido às condições precárias do evento, que me fizeram sentir completamente desconfortável naquele ambiente.
Então veio Vivendo do Ócio, e ouso dizer que foi o melhor show que os caras já fizeram em João Pessoa. Ótima seleção de músicas, as melhores do segundo disco O Pensamento É um Ímã e os clássicos do primeiro. A pouca gente que tinha no palco estava muito animada e a noite foi encerrada de forma magnífica, fazendo com que a quase interminável espera fosse compensada. Até que o atraso começou a pesar nas costas dos responsáveis pelo lugar, e as luzes foram acesas expulsando pela segunda vez Vivendo do Ócio dos palcos de nossa cidade.
Apesar de tudo, foi um bom evento, e promete muito para o futuro por ser a primeira edição. Eu realmente espero que o segundo dia seja melhor, e que façam os fiascos da sexta-feira serem completamente apagados, o que será bem difícil.
Fotografias por Minna Miná e Michael Lee, retiradas da página do MidiaDrops.
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